Minha Jornada como Conselheira: Uma Reflexão sobre Ser Mulher e Inovar
Quando comecei minha trajetória como conselheira há mais de 20 anos, fui muitas vezes a única mulher em conselhos dominados por homens. Na época, isso era um reflexo de uma realidade: os conselhos eram conservadores, homogêneos e resistentes a mudanças. Apesar de estar em um ambiente repleto de experiência e sabedoria, eu sentia que algo essencial faltava: o olhar para o futuro, para tendências e inovações.
Essa inquietação nasceu da minha própria experiência como empresária no setor industrial. Sempre fui movida pela busca constante por inovar, testar novas ideias e adaptar o meu negócio ao mercado em transformação. No entanto, ao participar dos conselhos, percebia uma tendência predominante de olhar para o passado, analisando apenas os erros e sucessos de ontem, com pouca atenção ao futuro. A inovação era frequentemente vista como uma ideia arriscada, e as tendências que eu enxergava claramente muitas vezes eram ignoradas.
Era frustrante ver decisões baseadas em modelos ultrapassados enquanto o mundo ao nosso redor se transformava em uma velocidade impressionante. Ao mesmo tempo, eu sabia que tinha uma missão ali: provocar mudanças, trazer estratégias inovadoras e conectar os conselhos à uma nova realidade de mercado.
Como conselheira, sempre senti a responsabilidade de ser a voz que provocava reflexões, que desafiava padrões e trazia para a mesa discussões sobre tendências, inovação e estratégias de longo prazo. Não foi uma jornada fácil, mas cada conselho que participei me ensinou que a coragem de pivotar é essencial para transformar organizações.
O Desafio Atual – Conselhos Estáticos x Mercados Dinâmicos
Ao longo dos anos, testemunhei como o papel do conselheiro foi desafiado por mudanças profundas no mercado. Os conselhos, muitas vezes presos ao que funcionava no passado, não conseguiam acompanhar a velocidade das transformações no mundo empresarial.
Hoje, conselhos que permanecem estáticos enfrentam grandes riscos:
- Desalinhamento com as tendências do mercado: Novas tecnologias, como inteligência artificial e blockchain, estão redefinindo setores inteiros.
- Exigências de ESG e Sustentabilidade: O mercado e os consumidores demandam responsabilidade ambiental e social.
- Pressão por inovação: Empresas que não inovam ficam rapidamente obsoletas.
- Velocidade das mudanças econômicas: Crises, inflação e disrupção global exigem conselhos ágeis e estratégicos.
Por outro lado, conselhos modernos e estratégicos têm a oportunidade de liderar a transformação, conectando tradição e inovação para criar negócios sustentáveis e competitivos.
Por Que Importa para Líderes e Conselheiros?
O conselheiro estratégico é aquele que assume o papel de líder transformador dentro dos conselhos. Ele não apenas supervisiona, mas atua como:
- Provocador de Mudanças: Leva para a mesa discussões sobre tendências, inovações e oportunidades futuras, desafiando o status quo.
- Guia de Estratégia e Visão: Ajuda líderes a navegar em mercados complexos e incertos, mantendo o foco no futuro.
- Conector de Ecossistemas: Estabelece pontes entre o conselho, o mercado e as novas gerações de empreendedores e tecnologias.
- Guardião do Propósito: Garante que a empresa esteja alinhada a valores e objetivos que a posicionem para o longo prazo.
Conselhos Tradicionais x Conselhos Modernos
Aspecto |
Conselhos Tradicionais |
Conselhos Modernos |
Foco |
Conformidade e estabilidade |
Adaptação e crescimento sustentável |
Tomada de Decisão |
Lenta e baseada no passado |
Ágil e baseada em tendências e dados |
Diversidade |
Homogeneidade |
Multidisciplinaridade e inclusão |
Tecnologia |
Uso limitado |
Integração de soluções digitais e inovação |
Papel do Conselheiro |
Supervisão |
Inspiração, liderança e transformação |
Como conselheira, sempre me esforcei para romper as barreiras do tradicional e levar os conselhos a pensarem de forma mais estratégica e inovadora.
Como Pivotar na Prática?
Para se tornar um conselheiro estratégico, é essencial adotar um novo mindset e desenvolver competências alinhadas às demandas da nova economia. Aqui estão os passos práticos:
- Adote uma Mentalidade de Futuro:
- Vá além das análises do passado e foque em tendências emergentes, como ESG, transformação digital e inovação.
- Pergunte-se constantemente: “O que estamos fazendo para preparar esta empresa para os próximos 5 anos?”
- Seja o Provocador no Conselho:
- Não tenha medo de trazer discussões que desafiem o status quo.
- Incentive a adoção de novas tecnologias, parcerias com startups e práticas que agreguem valor a longo prazo.
- Promova a Diversidade e a Colaboração:
- Conselhos modernos precisam de perspectivas diferentes para inovar e se conectar ao mercado.
- Traga perfis inovadores e multidisciplinares para as discussões estratégicas.
- Construa Pontes com o Ecossistema de Inovação:
- Conecte o conselho a hubs de inovação, startups e aceleradoras.
- Traga insights do mercado e das novas gerações de empreendedores.
Reflexão
Ser conselheira estratégica é um papel desafiador, mas transformador. Minha experiência me mostrou que liderar não é sobre permanecer no controle, mas sobre inspirar mudanças e ajudar organizações a pivotarem para um futuro mais inovador e sustentável.
A pergunta que sempre me faço em cada conselho que participo é:
- “Estamos preparados para o futuro ou presos ao que funcionava no passado?”
E agora, eu pergunto a você:
- Como você pode trazer mais inovação, estratégia e visão para o conselho ou liderança onde atua?
- Que papel você pode assumir para provocar mudanças e liderar a transformação?
Deixe sua reflexão nos comentários ou entre em contato. Vamos pivotar juntos para transformar o futuro dos negócios!
Inspirando ideias
“A liderança do futuro pertence a quem tem a coragem de inovar, provocar e pivotar — porque só assim podemos construir negócios que prosperam no presente e no futuro.”
Governe com Propósito, Inove com Paixão